segunda-feira, 23 de março de 2009

O albergue, o punk, a menina do interior e o Botafogo Praia Shopping

A história abaixo acabou me lembrando de mais algumas ocorridas em dias diferentes, mas no mesmo mês de março...Estas idas ao Rio têm me feito defrontar com várias coisas... Segue a contextualização (na ordem dos acontecimentos). Está tudo misturado porque as situações se fundiram na mesma rota:

A primeira ocorreu quando fui ao primeiro dia de aula do curso de Produção Musical, na FACHA (Botafogo). Cheguei ao Rio numa quarta-feira e não tinha a menor idéia de como chegar ao albergue. Eu tenho de dormir lá de quarta para quinta, pois a aula acaba às 22h, e neste horário, não tem mais ônibus para Barra do Piraí (neverland é uma droga).

O MOTORISTA PARTE I - Fui perguntar para um motorista do ônibus que fazia linha Botafogo, onde seria o tal endereço...Praia de Botafogo, nº 462...Ele disse que talvez fosse perto do Botafogo Praia Shopping, mas que ele me ajudaria a procurar a numeração a partir do primeiro ponto do bairro. Agradeci e subi no ônibus aliviada.

Bom, fomos nessa.

O PUNK -
Fui observando a rota atentamente...Quando o ônibus passou na Cinelândia (olha, ela aí novamente!), vi um punk muito doido, com um moicano enorme e sem camisa...Com calça de couro e coturnos, num calor de 38º (ACHEI O MÁXIMO!)... Ele estava tentando abordar as pessoas...Ele queria dizer algo e ser ouvido. Pelo menos no momento em que o veículo estava parado devido ao sinal vermelho, duas pessoas o empurraram. Ninguém parou. Ninguém quis ouvir o que ele tinha a dizer ou talvez até a perguntar. Pensei, "droga, cadê a máquina?".

O MOTORISTA PARTE II - O sinal abriu e seguimos. O motorista quando entrou na Praia de Botafogo realmente diminuiu a velocidade e começou a procurar o número mais próximo ao albergue. Até que a trocadora falou: "Ei, menina, desce aqui em frente ao shopping, o albergue deve ser depois daquela esquina". Agradeci e já ia descendo...Quando o motorista gritou: "Espera, eu vou parar mais perto pra você não carregar tanto peso assim"...
"Agradeci novamente..."
O ser humano continua me surpreendendo.

BOTAFOGO PRAIA SHOPPING - No mesmo dia, após ir correndo para o albergue (realmente ficava perto do shopping), fui comer algo porque estava quase desmaiando. Resolvi ir a uma rede de fast food...Paciência, McDonald's. Na calçada, uma moça me abordou pedindo um minuto da minha atenção. Eu disse:" Moça, por favor, eu tenho de comer..." Ela fez um sinal que sim, pois eu tava com uma cara horrível (vi depois no banheiro). Subi correndo, sentei perto da escada rolante, e ataquei as batatas fritas. Depois, vi várias cenas assim: casais se beijando na escada rolante, mães e filhos brincando...Tudo muito legal. Então, a que mais curti foi: um casal homossexual de mãos dadas no mesmo espaço! Viva a diversidade! Infelizmente, as pessoas ainda cutucam umas às outras quando se deparam com situações assim...Quando desci, fiz o mesmo percurso, a moça já não estava mais lá...

A CALOURA DE VOLTA REDONDA - Essa aconteceu no primeiro dia de aula do curso da UFRJ. Eu estava meio perdida, sem saber como chegar à Praia Vermelha. Perguntei como faria para chegar até lá a uma moça da viação. Ela disse que fazia cinco minutos que um homem realizara a mesma indagação. "Pegue qualquer linha que vá ate Botafogo e lá, pegue o 127, ele passa em frente à faculdade".
Uma menina cheia de bagagens disse para mim: "Olha, eu vou à UNIRIO, se você quiser economizar passagem, você pode pegar esse aqui que para em frente ao Rio Sul e ir andando. Eu vou parar lá também. É bom que tenho companhia".
Agradeci e entrei no mesmo ônibus que ela.
Seguimos...

Quando chegou perto do Canecão o ônibus deu a volta e tivemos de atravessar o túnel (se minha mãe souber disso, ela me mata). Fomos andando e logo descobri que ela era de Volta Redonda, e estava fazendo Biomedicina na UNIRIO. Falei: "Você é louca" e rimos. Ela respondeu: "Jornalismo? Você é mais doida ainda". Fiquei bem pela conversa. Ela estava procurando lugar para ficar, pois como nós sabemos...Ficar na casa dos outros é horrível.

Quando chegamos ao destino, ela falou:"Fiquei feliz em saber que alguém da região está se aventurando por aqui também. Eu estou isolada na minha turma, pois sou a única de fora. Aliás, as duas estranhas somos eu e uma peruana. O resto é todo do Rio".

Trocamos telefones e eu fui embora para aula...Espero que ela tenha arranjado local pra dividir com alguém. Ah, o nome dela é Ohana, e a mãe dela não ficou feliz quando ela disse que ia estudar no Rio de Janeiro rs.


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