domingo, 5 de abril de 2009

Fazer outra comunicação não é fácil...


Como construir uma mídia livre aliada das políticas públicas? Este foi o tema da mesa-redonda do curso de Jornalismo de Políticas Públicas Sociais (Netccon.UFRJ.ECO), no dia 30 de março. Gustavo Barreto (Editor do Consciencia.Net e do Fazendo Media), Adriano Belisário (SomBarato) e Andreas Behn (Coordenador da Agência Pulsar) fizeram parte da discussão.

Gustavo analisou o novo modelo de Comunicação, de caráter descentralizado e não linear. Segundo Barreto, existe uma dificuldade no conceito de Mídia Livre e até mesmo no movimento de mesmo nome. E, esta problemática foi explicada pelo professor e mediador da mesa, Evandro Ouriques: "Quando aos movimentos sociais sempre existe um inimigo externo, jogamos tudo para uma orientação metafísica...Como, no caso, a Globo. Achamos que a Rede Globo aliena, que ela cria padrões comerciais"...salientou.

Para Gustavo, a sociedade ainda repete as ações de acordo com padrões criados no século passado. Mas, mesmo assim, existem novas formas de atuação do jornalismo, como a guerra da informação durante a invasão do Iraque, com a utilização dos mass medias alternativos.
Para Ouriques, há uma proliferação e ramificação dos coletivos sociais, principalmente com a vinda da internet e seu caráter rizomático e descentralizado.

A opinião de Gustavo Barreto sobre o Fórum de Mídia Livre é a seguinte:"É uma rede social composta por duas mil pessoas, estamos em estágio imaturo e incipiente...Pois, não discutimos o modelo de formação...Estamos no mesmo padrão de antes".

Andreas Behn comentou sobre a Pulsar-Brasil, um agência informativa que faz parte do movimento de rádios comunitárias e livres. A Agência radiofônica produz diariamente notícias e áudios para todos os radioapaixonados. A Pulsar é um projeto da Associação Mundial de Rádios Comunitárias, região da América Latina e Caribe. As principais pautas são relacionadas aos movimentos sociais e a democratização da informação. Segundo Behn, ainda existe um desconhecimento por parte das pessoas do termo "mídia alternativa". "Aqui no Brasil, existe um monopólio da mídia", relatou.

Ainda de acordo com Behn, todos deveriam ter acesso à comunicação alternativa, com recursos financeiros e humanos suficientes para produzir trabalhos de qualidade. Também há uma falta de imaginação para a produção de programas, os quais sempre possuem a mesma linha comercial. Segundo ele, os cursos de Comunicação Social são voltados para formar comunicadores que trabalharão em mídias comerciais. "Fazer outra comunicação não é fácil", analisou, "temos de fazer como a Bolívia e Venezuela, países questionadores da mídia...Devemos entender a importância das rádios comunitárias e outros atores para a democratização da comunicação".

Nenhum comentário:

Postar um comentário